sábado, 15 de dezembro de 2012

Cistite... Cuidado com ela!






Cuidado! Infecções na bexiga pode esconder doenças muito mais graves. Chamadas de cistite, a infecção urinária que acomete a bexiga ocorre mais nas mulheres e é causada sobretudo por microrganismos de origem intestinal. Os sintomas são: ardência ao urinar, maior frequência nas micções e urina de cor turva com odor forte. Pessoas com este sintoma deve procurar um médico, pois a cistite pode ser indício de doenças mais sérias do trato urinário.







O que é
Cistite é a inflamação da bexiga causada por infecção ou irritação local. Afeta mais as mulheres - a relação é de 10 para cada homem - porque a uretra (canal que leva a urina da bexiga para fora do organismo) delas tem cerca de 2 centímetros de comprimento, enquanto a do homem chega a 2 centímetros. Com isso é mais fácil que bactérias dos intestinos, em especial a Escherichia coli, entrem no aparelho urinário feminino.

Como se manisfesta
A doença pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é mais frequente em alguns períodos. Meninas bem novas, por exemplo, podem ter cistites orque não aprenderam a fazer corretamente a higiene após evacuar. A limpeza deve ser feita de frete para trás, mas muitas fazem o contrário. Nas mulheres adultas, sexualmente ativas, várias podem ser as causas: traumatismo local, no início da atividade sexual; prática de sexo anal e depois vaginal, que pode levar bactérias do ânus para perto da uretra; e uso de cremes espermaticidas, que alteram o ambiente vaginal e favorecem a colonização de bactérias.

Alterações hormonais como as que ocorrem na menopausa também modificam as condições de defesa da uretra, facilitando a ocorrência de cistite. Outras causas são as alterações na dinâmica funcional da bexiga, como nos casos de bexiga hiperativa ou quando há dificuldade para esvaziá-la; na presença de endometriose na bexiga; após tratamento radioterápico pélvico; se houver uma doença autoimune; ou nos casos de cistite intersticial, forma crônica da doença.

Em meninos a causa pode ser algum problema congênito na uretra, que dificulte a passagem da urina; ou o refluxo de urina da bexiga para os rins, o que também pode acontecer com mulheres. Em homens adultos, especialmente após os 60 anos, a doença costuma ser associada ao crescimento da próstata, que dificulta o esvaziamento da bexiga.

Sintomas
De modo geral, a inflamação provoca ardência ao urinar e altera o ritmo da micção (é preciso urinar mais vezes). Outros sintomas são: urgência miccional, distensão na porção inferior do abdome, dor suprapúbica, e, as vezes, urina com aparência turva e odor forte. São sintomas que interferem nas atividades diárias da pessoa, pelo desconforto e dor - que pioram nas relações sexuais ou quando há ingestão de frutas ácidas ou bebidas alcoólicas.

Medidas preventivas
Algumas medidas básicas podem prevenir a cistite: atenção à higiene toda vez que for ao banheiro; adoção do hábito de urinar após as relações sexuais, o que facilita a eliminação dos microrganismos; Segurar o xixi também facilita a vida dos micróbios: quanto maior o tempo que eles permanecem na bexiga, maior a chance de se instalarem por ali. O ideal é expeli-los logo; e beber bastante água durante o dia - cerca de 1,5 a 2 litros por dia. 

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito com exame de urina e urocultura. Casos crônicos exigem exames de imagens do trato urinário, estudo urodinâmico e, as vezes, endoscopia da uretra e da bexiga , com biópsia locais. O tratamento é feito com antibióticos ou quimioterápicos por um período de 3 a 7 dias. Se a infecção aparece na infância, é necessário uma investigação atenta, porque alterações genéticas sérias podem estar por trás da complicação. Diga-se: infecções repetitivas , tanto em homens quanto em mulheres , merecem cautela. As recorrências sugerem uma baixa imunidade, alterações anatômicas ou reinfecção após uma crise. Nesses casos, o médico pode pedir exames como os de urina, sangue e ultrassom para detectar onde está a anormalidade. Muitas vezes, é preciso orientar o uso prolongado de antibióticos para acabar de vez com micróbios resistentes.

Fique de olho
Quem tem cistite crônica deve consultar logo o urologista, porque as infecções podem ser indício de doenças sérias, como cálculos nas vias urinárias, tumores malignos nas vias excretoras ou na bexiga, disfunções neuro-vesicais, entre outras.

A cistite não deve ser negligenciada nunca. Se a bactéria não for combatida corretamente, poderá migrar para os rins, desencadeando infecção renal, a pielonefrite aguda, que causa febre, prostração e dores na região lombar. Isso precisa ser tratado com urgência, porque existe o risco de uma infecção generalizada.

Fonte: Ricardo Felts de la Roca - médico urologista na capital paulista - CRM - 28886/SP

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