quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Que tipo de paciente você é?



Que tipo de paciente você é? Apresado, desconfiado, sabe-tudo... Se você ainda não parou para pensar no assunto, é bom começar o quanto antes, pois dessa resposta pode depender o seu bem-estar.
O paciente entra no consultório e o médico, solícito, abre um sorriso: "Bom dia, como o senhor está?". Com ar de poucos amigos, o doente resmunga: "Se estivesse bem, não estaria aqui, não é, doutor?". Descrita assim, a cena acima até parece engraçada. Mas a verdade é que situações desse tipo acontecem, e muito, no consultório de Alfredo Salim Helito, do hospital Sírio-libanês, em SP. "Alguns agem como se o médico tivesse culpa por eles estarem doentes", lamenta.


Mas o paciente rabugento, daqueles que acham que o mundo inteiro está contra ele, é apenas um dos muitos que frequentam hospitais, clínicas e postos de saúde. Há também o ansioso, o apressado, o sabe tudo... Coordenador de Clínica Médica do Hospital Copa D'Or, no Rio de Janeiro, Antônio Carlos Moraes alerta que um dos tipos mais perigosos é o sabe tudo. "Ele tende a fazer diagnósticos equivocados e a tomar remédios por conta própria", justifica.

O doente impaciente
Para André Araújo de Melo, do Conselho Federal de Medicina (CFM), o pior paciente é o apressado. Mal começa a consulta e o sujeito já exige um diagnóstico imediato. Isso, diga-se de passagem, quando ele agenda uma consulta. Muitas vezes, o paciente não aceita sequer marcar um horário. Quer ser examinado pelo telefone e ponto final. "O paciente apressado é perigoso porque costuma omitir informações importantes do seu médico", relata Melo.
Outra característica desse tipo de doente é suspender o tratamento por sua conta e risco. "Quem tem de saber quando e como tomar o remédio é o médico e não o paciente", salienta Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). "Suspender o uso de antibiótico pode agravar a infecção e criar resistência ao remédio", exemplifica Moraes. O paciente não deve fazer nada que possa prejudicar sua saúde.

Remédio eficaz
Antônio Carlos Moraes alerta que "omitir informações importantes é enganar a si próprio. O médico precisa de todas as informações para montar as suas hipóteses diagnósticas".  André Araújo de melo, do CFM, acredita que o melhor remédio que existe para fortificar a relação médico-paciente ainda é o diálogo. "Com sinceridade e respeito, o médico constrói uma relação de confiança mútua".

No Brasil não há estudos ou pesquisas que classifiquem o paciente quanto ao seu perfil psicológico. Mas na opinião de Alfredo Salim Helito, do Sírio-Libanês, os homens tendem a apresentar uma postura, digamos, mais refratária(desobediente) no consultório do que as mulheres. "Há quem diga que só está ali porque a mulher obrigou. E que não adianta insistir, porque ele não vai fazer nada que o médico pedir", diz Helito.

Para Antônio Carlos Lopes, o paciente tem a sua parcela de culpa, sim, com certeza, mas não é o único. "Agendar consulta com um médico da rede pública não é tão simples quanto deveria ser. As vezes leva três meses até marcar um horário. Em muitos casos, o paciente volta ao hospital para tirar uma dúvida com o médico, mas não o encontra, porque ele trabalha em outro turno", aponta Lopes.

O papel do médico
Na tentativa de reverter essa situação, Lopes sugere que os médicos se coloquem mais no lugar do paciente. Ou seja, que evitem usar palavras difíceis ao descrever um sintoma ou, então, rabiscar garranchos indecifráveis ao prescrever uma receita. "O número de analfabetos funcionais é altíssimo no Brasil. Há pacientes que simplesmente não entendem o que os médicos dizem ou escrevem e tem vergonha de admitir isso", exemplifica o médico.

Bem, já sabemos o que os pacientes não devem fazer no consultório. Mas como eles devem agir? Uma dica, segundo Antônio Carlos Lopes, é tomar nota de tudo o que precisa ser dito ao médico para não se esquecer de absolutamente nada na hora da consulta. "Se não entendeu alguma coisa que o médico disse, converse com ele. Em caso de dúvida, não tenha vergonha de perguntar ao especialista o que quer que seja", aconselha.

Para Luiz Fernando Soares Moraes, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de janeiro (Cremerj), o paciente ideal é aquele que procura cuidar de sua saúde e seguir as recomendações médicas. "É importante ressaltar que o paciente é corresponsável por sua saúde. O médico faz a parte dele, que é diagnosticar a doença e propor tratamento. Mas os outros 50% ficam por conta do paciente, ao aderir ao tratamento e seguir as orientações".

Diretor clínico do Hospital Pró-Cardíaco, no RJ, Evandro Tinoco Mesquita acrescenta que o paciente ideal é aquele que "detalha o histórico de sua doença, avisa ao médico os remédios que está tomando e traz o resultado de exames e check-ups anteriores". Já o médico ideal é aquele que não hesita em assumir o papel de educador na hora da consulta. "É preciso escutar o paciente com atenção, buscar o diálogo franco, ajudá-lo nas tomadas de decisão e oferecer compaixão nos momentos difíceis. Respeitar e estimular sua autonomia é o papel contemporâneo do médico",resume Mesquita.

Tipos de pacientes




* Toma nota de suas dúvidas para não se esquecer de perguntar nada ao médico

* Pede ao médico para repetir a explicação quantas vezes forem necessárias

* Guarda os resultados dos últimos exames para o médico conferi-lo.

*Avisa ao médico todos os remédios que toma por prescrição de outros especialistas.

* Não altera o tratamento sem consultar primeiro o seu médico.








* Exige um diagnóstico do médico com poucos minutos de consulta.

* Não aceita marcar um horário para a consulta médica e pede para ser examinado por telefone mesmo.

*Telefona a todo instante para o médico porque tem certeza de que está sempre à beira de um ataque de nervos.

*Costuma omitir informações importantes de seu médico.

* Suspende o tratamento por conta própria ao acreditar que ele nã está surtindo o efeito desejado.







* Tende a fazer diagnósticos equivocados

* Gosta de tomar vários tipos de remédios por conta própria.

* Suspende o tratamento quando menos se espera.

* Pesquisa sobre a sua doença em sites pouco (ou nada) confiáveis da internet.

* Tira as próprias conclusões a respeito do que está sentindo.








* Costuma falar sem parar e nunca deixa o médico se pronunciar durante a consulta.

* Não consegue ser específico ao descrever o que está sentindo.

* Telefona para o médico a qualquer hora do dia ou da noite sem motivo aparente.

* Insiste em receber um tratamento que o próprio médico não recomenda para o seu caso.

* Abandona o tratamento antes do indicado simplesmente porque não sentiu nenhuma melhora.







* Tem certeza absoluta de que o médico está escondendo algo grave dele.

* Por isso, acredita que o médico vai pôr a sua vida em risco.

* Não confia no diagnóstico do médico.

* Na dúvida, esse paciente resolve consultar outros especialistas.

* repete a mesma pergunta uma dezena de vezes.




Tudo o que você precisa perguntar ao seu médico na hora da consulta


Qual é a gravidade da minha situação?


Quais são os sintomas que ainda podem aparecer?


Quais são os cuidados que devo tomar?


Devo fazer repouso ou alterar a dieta?


A doença é contagiosa? Como devo proceder?


O remédio prescrito é necessário? Há outras alternativas? Quais?
Por quanto tempo devo tomá-lo?


Quais são os efeitos colaterais? O que fazer se eles surgirem?


Há algum genérico ou similar mais barato?


E você? Com qual dos tipos citados acima  se identificou? Conhece alguém assim? Até o próximo!

Fonte: André Bernardo/Viva Saúde   Ilustração: Michel Borges


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