terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Queda de cabelo feminino. Como tratar?




 Se é dos carecas que elas gostam mais, há controvérsias. Mas que mulher nenhuma gosta de perder cabelos, isso é praticamente unanimidade. A queda de cabelo é uma queixa comum entre as mulheres. As causas variam desde má nutrição até genética. A queda geralmente é associada aos homens, e o que muita gente não sabe é que grande parte das mulheres também sofrem desse mal. "Cem por cento das mulheres serão afetadas por algum tipo de calvície ao longo da vida", afirma Adriano Almeida, tricologista e diretor da Sociedade Brasileira de Cabelo.

A alopecia, termo técnico que define a calvície, é muito mais comum do que se imagina e, felizmente, a maior partes dos seus tipos são reversíveis entre as mulheres, já que em 95% dos casos masculinos não há possibilidade de reversão. As causas e tratamentos variam bastante, e só um médico tricologista, profissional especializado na ciência médica focada para diagnóstico e tratamento dos problemas do couro cabeludo e dos cabelos, poderá definir quais os procedimentos mais eficazes para cada pessoa.

Principais tipos e causas
A causa mais frequente de alopecia feminina está ligada a distúrbios hormonais, como ovários policísticos ou problemas na tireoide. Em seguida vem as causas genéticas, conhecidas como androgenéticas, que afetam 25% da população feminina, segundo Luciano Barsanti, diretor médico do Instituto do Cabelo (SP), presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia e autor do livro Dr. Cabelo (Ed. Elevação). "Esse tipo de alopecia vem aumentando cada vez mais, devido a fatores desencadeantes como estresses, ansiedade, depressão e carências nutricionais", afirma.



Há ainda as causas cosméticas de agressões químicas ou físicas ao couro cabeludo e aos fios. As químicas os tingimentos e alisamentos mal realizados ou com muita frequência, e as agressões físicas são, por exemplo, o uso abusivo de calor, geralmente por causa do secador de cabelo. "Os alisamentos também podem causar lesões irreversíveis, e, por isso, as mulheres só devem fazer tratamentos com produtos aprovados pelo Ministério da Saúde e por profissionais treinados e especializados", orienta Barsanti.

Algumas doenças podem ter como reação a queda de cabelos, como é o caso do lúpus, doença sistêmica autoimune que gera a destruição do cabelo, da pseudopelada de brocq (doença imunológica que promove queda de cabelo e atrofia do couro cabeludo), e das foliculites, que causam inflamação no couro cabeludo geralmente associada a uma infecção secundária.

Se você costuma fazer dietas e restrições alimentares por conta própria, fique atento: a deficiência de nutrientes como proteínas, vitaminas do complexo B, ferro e sais minerais, tipo cálcio e magnésio, pode ser a responsável pelo enfraquecimento e queda dos fios.

Além das alopecias citadas, há ainda a areata, também desencadeada por traumas psicológicos e que, dependendo do seu grau de desenvolvimento, pode atingir outras áreas do corpo além do couro cabeludo, como sobrancelhas e membros.

Tratamento de ponta
A boa notícia é que a maior parte dessas alopecias chamadas de não cicatriciais, é reversível. "Para fazê-lo com maior facilidade e em menos tempo, o ideal é que a pessoa procure um tricologista ao perceber os primeiros sinais de queda excessiva de cabelo", diz Almeida. Observe se há excesso de cabelo no ralo do banheiro, pia, travesseiro, roupas e banco do carro ou se há falhas no seu couro cabeludo. De maneira geral, uma pessoa saudável tem aproximadamente 100 mil fios de cabelo. O normal é perder entre 50 e 100 fios ao dia. Uma maneira simples de checar se seus fios estão caindo além do desejado é desembaraçar os cabelos e depois passar os dedos neles por três vezes. se na terceira vez ainda estiverem soltando fios, talvez seja um sinal de queda em excesso.

Para cada tipo de alopecia é indicado um tratamento diferente. Isto porque o tricologista faz o diagnóstico e a partir dele dá sequência a um tratamento multiprofissional. Ou seja, os de outras especialidades trabalham em conjunto com o tricologista para solucionar o problema. "Se for um problema relacionado a tireoide, o tricologista atua junto com o endocrinologista , se for relacionados a traumas psicológicos, um psiquiatra auxilia, e assim por diante", explica Barsanti.

No caso da alopecia androgenética , existem recursos avançados de diagnóstico que são baseados em exames como o escâner do couro cabeludo, que aumenta em até 8 mil vezes o fio do cabelo e couro, além da microscopia eletrônica do bulbo capial, onde são fabricados os fios - nesse exames qualquer anormalidade pode ser detectada e corrigida. Além desses, são sempre solicitados exames exames clínicos (dosagens hormonais e de sais minerais). Barsante diz que, para o tratamento, são muito utilizados os fitoterápicos,  que são aplicados no couro ou utilizados via oral, com resultados excelentes. Há ainda recursos de tecnologia como a eletroestimulação do couro cabeludo com microcorrentes, em que é feita a utilização de um processo de alta tecnologia que se chama infusão de medicamentos por via transionica. "O processo funde medicamentos no couro cabeludo sem precisar de injeção, somente com a utilização do laser que é usado para queimar", explica Barsanti.

Esses são os procedimentos mais modernos, capazes de estacionar ou reverter o processo de alopecia. São procedimentos não invasivos, pois não agridem o corpo e não tem efeitos colaterais. E ainda podem ajudar a retardar o processo das alopecias do tipo cicatriciais (cicatrizes de ferimentos, queimaduras, etc.), que não tem cura.

As dicas do especialista

  • Água filtrada não evita nem causa a queda dos fios. Portanto a água do salão do cabeleireiro não faz a diferença na perda do cabelo.
  • Secador de cabelo e chapinha provocam queda de cabelo se utilizados de forma errada.Use-a na temperatura média ou fria. No caso do secador, a distância deve ser de, pelo menos 30 cm dos fios.
  • Fique de olho na temperatura da água na lavagem. Ela deve ser de 20ºC.
  • Certas estações favorecem a queda de cabelo, mas isso ocorre em razão do ciclo de queda capilar.
  • Tingimento não é causa de queda. A última geração de produtos utilizados para esse fim ou para alisar alcançou níveis tecnológicos seguros e sofisticados. Por outro lado os cabeleireiros profissionais vivem em constante aprimoramento e tornam cada vez mais seguros esses processos, eliminando o risco de  dos fios.
  • Excesso nunca são recomendáveis. Na hora dos banhos de creme, pense na regra básica: tudo que é bom para o couro cabeludo é bom para os fios, porém nem tudo que é bom para o fio deve ser usado no couro cabeludo. Isto também vale para os condicionadores, cremes de pentear e os chamados xampus 2 em 1.
  • O extrato de Aloe Vera (babosa) é benéfico quando usado topicamente. A planta in natura pode causar alergia ou irritação tópicas.
  • As prótese (perucas) podem ser usadas, se necessário, sem prejuízos. Devem ser evitados os processos de entrelaçamento que tracionam os fios. As perucas devem ser lavadas e arejadas com frequência, para evitar contaminação por insetos ou fungos.
  • Gravidez não é causa de queda. Os cabelos ficam mais bonitos e até aumentam.
  • O período de menopausa é de ajuste natural da diminuição hormonal. assim poderá haver perda transitória dos fios de cabelo.
  • Caspa e seborreia causam a queda dos cabelos. Procure um especialista.
  • Bonés aumentam a oleosidade e só devem ser usados como proteção. O uso de elásticos e tiaras leva a um processo muitas vezes irreversível de queda, chamado de alopecia cosmética de tração.
  • Lavar os cabelos diariamente é saudável. Vivemos em um país tropical, com temperaturas medianas quase o ano todo. Use xampus sem sal, sem corantes e com pH fisiológico (6,5).


Os especialista afirmam que desde os tempos mais remotos o cabelo está associado à feminilidade e à sensualidade. Ele é considerado também signo de fertilidade. Perdê-lo tem consequências psicológicas, comportamentais e sociais.
O caminho está em não negar o fato de que a mulher sofre de calvície, mas aceitar e procurar os outros meios de se envaidecer e se cuidar - em paralelo com o tratamento específico para a reversão da alopatia.
Nos casos extremos a mulher precisa encontrar outros pontos forte de vaidade e feminilidade. Há mulheres que investem no corpo, para ficarem saradas e chamarem a atenção para outras belezas que ela possui.

Fonte - Reportagem: Fernanda de Almeida/Viva Saúde

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