segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Enxaqueca. Como se livrar dela?



Enxaqueca... Essa dor de cabeça, na maioria das vezes insuportável, atinge cerca de 30 milhões de brasileiros, em especial  mulheres.Costuma aparecer um pouco antes, durante e depois da menstruação. Aprenda a livrar-se dela.


O que é
É um distúrbio neuro-vascular crônico e incapacitante, com base biológica que acomete as pessoas geneticamente predispostas. Os antigos egípcios já a conheciam há mais de três mil anos. Os gregos, ao estudá-la, atribuíram indevidamente a culpa de sua existência ao fígado. Porém, hoje os especialistas sabem que a enxaqueca é uma das quase 300 dores de cabeça classificadas pela medicina. Entre todas elas, esta, talvez, seja a mais conhecida não só por sua intensidade, mas também por apresentar sintomas bem típicos. Diferentes de outras cefaleias, sua dor é pulsátil (como se o coração estivesse batendo no local), unilateral (varia de lado, de crise para crise) e atinge as regiões frontal e temporal. A Enxaqueca atinge mais mulheres (18%) do que homens (6%).





Quem sofre
Seu pico de incidência acontece entre 20 e 45 anos, embora, em menor proporção, as crianças também sejam atingidas por dores de cabeça que devem ser investigadas e tratadas: estudos mostram que, até seis anos de idade, 39% das crianças já sabem o que é ter dor de cabeça. Entre os adolescentes até 15 anos, 70% deles relataram episódios de cefaleias. Algumas podem ser diagnosticadas com enxaquecas. Portanto. é preciso ficar atento às queixas das crianças e dos jovens.


Diferentes sintomas
Em um crise. em geral, a dor começa fraca e se torna cada vez mais intensa. Seu período de duração varia entre 4 e 72 horas. Somam-se à dor insuportável outros sintoma como: náuseas e/ou vômitos. intolerância à luz (fotofobia), intolerância a barulhos (fonofobia) e tonturas. Durante um ataque, podem ocorrer dificuldade de concentração, sensação de cansaço e mal estar. Nos homens, a dor mais comum é a cefaleia em salvas. Diferente da enxaqueca propriamente dita, a dor costuma chegar subitamente de madrugada, atingindo um só lado da cabeça, na fronte ou ao redor do olho. É tão intensa que pacientes relatam a sensação de que sentem algo perfurando o olho.




Como a crise chega
A enxaqueca, também conhecida como migrânea, acontece por causa de uma disfunção química cerebral de origem genética. Veja como surge a dor: o ataque de enxaqueca parece provocar uma mudança na sensibilidade do vasos sanguíneos da cabeça. No início, com a liberação de uma substância conhecida como noradrenalina, alguns vasos que irrigam o cérebro, se contraem, provocando diminuição da irrigação cerebral. Esse fato faz surgir sinais como visão embaralhada e dormência em algumas crises. Na medida em que a constrição desaparece as artérias extracranianas se dilatam e o paciente sente uma dor latejante (pulsátil) que afeta um ou outro lado da cabeça. Vale lembrar que esse desarranjo tem fortes componentes genéticos: entre os pacientes que sofrem de enxaqueca, 75%  relatam pelo menos uma pessoa da família com o mesmo problema.

Causas frequentes na alimentação
Um grande estresse físico ou emocional, sono de mais ou de menos, mudanças bruscas de temperatura, álcool, perfume, jejum ou dieta rigorosa, períodos menstruais, são alguns dos fatores, conhecidos como gatilhos, que podem desencadear uma crise. Entretanto, vários elementos também podem ser a causa da dor. Os maiores vilões dessa história são: chocolates, embutidos(salames, salsichas), queijos amarelos, molhos vermelhos, frutas cítricas, glutamato monossódico(comum na comida chinesa), aspartame e bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto. No entanto, a sensibilidade a esse ou àquele alimento varia de paciente para paciente. Daí, a importância de se observar - inclusive anotar em um diário - tudo o que ocorre antes e durante uma crise para ser relatado ao médico. Uma simples observação pode ser a chave do sucesso para um tratamento correto.






















Tratamento eficaz
O tratamento vai depender da história clinica do paciente, da frequência, intensidade e duração das crises. Entretanto o alívio para a dor pode ocorrer de duas maneiras: tratando a crise propriamente dita com medicamentos da família dos triptanos - uma classe de drogas com mecanismo mais específicos de ação -  em forma de tabletes, para serem colocados embaixo da língua, que agem depois de cinco minutos; ou utilizando o tratamento preventivo, à base de medicamentos que evitam que a crise se instale de vez. Os medicamentos preventivos podem ser anti-depressivos, anti-convulsivantes, anti-hipertensivos e para combater labirintite, entre outros. Essas medicações são recomendadas em doses menores das utilizadas para tratar das doenças. Outras ações recomendadas: alimentação equilibrada; sono regular; prática de exercícios físicos; redução do consumo diário de cafeína e controle dos níveis de estresses são medidas que ajudam a diminuir a frequência e a intensidade das crises; pratique exercícios físicos regularmente; estabeleça horários para deitar e levantar; tente reservar algum tempo para o lazer. Relaxe. Sofrer por antecipação não vai adiantar nada.

Antes que ela apareça
Cerca de 15% dos pacientes costumam ser "avisados" quando uma crise se anuncia por meio de um fenômeno neurológico conhecido como aura, manisfestada em forma de alterações visuais. Quando aparece a aura o paciente começa a enxergar manchas escuras ou pontos luminosos em sua frente. A enxaqueca com aura é assustadora, principalmente na primeira vez que acontece. O paciente pode achar que está sofrendo um acidente vascular cerebral (derrame). Mesmo que já tenha passado por essa experiência, muitas vezes o paciente entra em pânico por medo de perder a visão e não retomá-la após a crise. Pessoas que sofrem de enxaqueca com aura, especialmente as fumantes que fazem uso de pílulas anticoncepcionais, tem risco aumentado de sofrer acidente vascular cerebral (AVC). Outras recomendações: Evite alimentos e bebidas que podem provocar ataques de enxaqueca, não pule refeições, jejuns prolongados é um dos principais fatores desencadeantes das crises.

Fonte: Célia Roesler, Reumatologista, especialista em cefaliatria.

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