domingo, 16 de dezembro de 2012

Hemorroidas: novo tratamento





Depois de conviver durante anos com os incômodos sintomas da doença hemorroidária (DH) e de adiar a intervenção cirúrgica por medo do desconforto no pós-operatório, o representante comercial Alberto Fontich finalmente encontrou um procedimento que atendia as suas expectativas. Há pouco menos de três meses, ele se submeteu a uma técnica que ainda é novidade no Brasil, mas que, desde 2003 vem sendo amplamente usada em toda a Europa.



"Minha vida mudou, pois não tenho mais os inconvenientes relacionados à doença. Pude voltar a andar de bicicleta, o que faço três vezes por semana, e não tive mais nenhum episódio de sangramento ou de dor. Minha qualidade de vida melhorou muito", comemora Alberto.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hemorroida acomete mais de 50% da população mundial acima dos 50 anos. Vista como uma doença constrangedora por seus portadores, ela se dá em função da dilatação das veias que se encontram na parte final do intestino. Com medo ou vergonha de procurar um médico e um tratamento, muitas pessoas acabam recorrendo a soluções caseiras de controle do problema. No entanto, segundo os especialistas, tal comportamento só piora o estado da doença e atrasa o tratamento.

O procedimento ao qual o representante Alberto Fontich submeteu-se consiste na introdução de um proctoscópio rotativo no canal anal do paciente, por meio do qual é feito um reposicionamento das hemorroidas pelo levantamento das mucosas anoretal por meio de seis suturas em "z" nas posições dos seis ramos terminais da artéria hemorroidária superior. Ao ter esses seis ramos suturados, a artéria hemorroidária minimiza a pressão sanguínea, evitando a formação de novas hemorroidas. "É interessante observar que as hemorroidas não são retiradas; elas são levantadas e, com o tempo, absorvidas pelo organismo", explica a médica Yaima Guerreiro, que esteve recentemente no Brasil para difundir a técnica. O nome desta técnica é Dearterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler ou THD. "A técnica é relativamente simples. Com o paciente anestesiado (peridural), o cirurgião insere um anuscópio (equipamento para visualizar o canal retal) com um ultrasom (doppler) na ponta. O aparelho mede o fluxo sanguíneo pelo som. Identificado o "pulso", é acionada uma agulha que fica no aparelho. A veia é então costurada, eduzindo o fluxo que alimenta a hemorroida. Sem sangue, ela murcha, diminuindo muito de tamanho. O tecido que sobra é costurado do lado interno do reto. Fazemos uma espécie de "lifting" da mucosa para que ela suba em direção ao reto. É o que a gente faz quanto a pálpebra está caída", exemplifica Sidney Klajner, proctologista e cirurgião do Hospital Albert Einstein, que introduziu a técnica no Brasil.

Segundo ela, para os portadores da doença, o maior temor dos tratamentos convencionais é a dor, tanto na cirurgia como no pós-operatório. Além da minimização desse desconforto, o uso de anestesia local, o tempo mais curto do procedimento (entre 15 e 20 minutos), a possibilidade de ele ser feito em ambulatório (exceto em situações nas quais existe alguma contraindicação), o rápido retorno às atividades e o baixo índice de complicações  estão entre as vantagens do novo procedimento.

Indicação

Yaima conta que, em estudo realizado com 1.112 pessoas entre 2003 e 2006 na Itália, 96% dos pacientes tiveram alta seis horas depois da cirurgia e 82% tiveram as suas atividades fisiológicas normalizadas 24 horas depois do procedimento. "Houve apenas 6,4% de recorrência, índice não superior ao descrito na literatura médica para as outras técnicas", afirma.

O procedimento trata as hemorroidas de grau 3, mas pode abranger também a de grau 2 que não respondam ao tratamento médico conservador, conforme destaca a coloproctologista Beatriz Deoti, professora adjunta do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A doença hemorroidária não tem causa definida. Muitas vezes, ela está associada à constipação e aos maus hábitos ao defecar ( ficar muito tempo sentado no banheiro, fazer muita pressão, etc.). Hereditariedade e gravidez também são comumente associados ao problema, no último caso, devido à pressão constante pelo peso da gestação e o esforço de dar à luz. Outras possíveis causas são a hipertensão portal, devido ao aumento da pressão venosa no sistema portal; ficar muito tempo em pé ou carregar muito peso, o que pode favorecer ou agravar os sintomas; excesso de peso, por causar aumento da pressão abdominal sobre o assoalho pélvico; além de maus hábitos alimentares e uma vida sedentária. Porém, nenhum desses fatores de risco explicam adequadamente a causa do processo, como afirma a professora Beatriz. Para prevenir o problema, ela recomenda dieta rica em frutas e fibras, ingestão de grande quantidade de água e ir regularmente ao banheiro.

O que é

Hemorroida é o conjunto de plexos venosos do ânus, responsáveis por proteger o canal anal, ajudar a manter a continência fecal e realizar drenagem venosa da região. esse nome é popularmente usado para definir a doença hemorroidária (DH) dessas veias, acompanhadas ou não de inflamação, sangramento, incômodo ou trombose.













Sintomas

Dor, sangramento e prolapso retal (parte do reto que se exterioriza) durante e após a defecação são alguns dos principais sintomas da doença. As hemorroidas podem ser internas (que ficam acima - entre 2cm e 2,5cm - do ânus, e são recobertas pela mucosa intestinal), ou externas (formam-se no canal anal e são recobertas por uma pele bem sensível)




Tipos

Elas podem variar quanto ao grau de gravidade:
1º GRAU - São pequenas e, geralmente, assintomáticas. Bastante comuns, podem crescer ao longo do tempo.

2º GRAU- Um pouco maiores e podendo exteriorizar na hora da evacuação. Contudo, tendem a diminuir espontaneamente.

3º GRAU - Exteriorizam-se com esforço ao defecar e é necessário reintroduzi-las manualmente.

4º GRAU - Ficam permanentemente fora do ânus. É impossível reintroduzi-las.



                                     1º GRAU           2º GRAU            3º GRAU          4º GRAU



Tratamentos

  • Para hemorroidas de 1º e 2º graus, o tratamento pode ser feito apenas com dieta rica em fibras e muita ingestão de água. Em algumas situações, pode-se recorrer ao tratamento tópico ou local, com pomadas e supositórios.
  • O tratamento cirúrgico de hemorroidas é geralmente indicado para hemorroidas de graus 3 e 4, ou até mesmo as de grau 2 que não respondam ao tratamento médico conservador.
  • As opções cirúrgicas atuais variam de técnicas minimamente invasivas à hemorroidectomia clássica. 
Entre as opções cirúrgicas estão:
  1. Ligadura com faixa elástica (banding hemorroidal) - Coloca-se uma faixa elástica ao redor da base da hemorroida para impedir o fluxo sanguíneo. Posteriormente, o tecido cai por si só.
  2. Esclerose hemorroidaria - Injeta um agente esclerosante na base da hemorroida, o que resulta na degeneração do tecido hemorroidal.
  3. Hemorroidectomia - É a cirurgia efetuada em hemorroidas de grau 3 e 4, evolvendo a retirada dos principais mamilos hemorroidários. As duas técnicas mais utilizadas são a aberta de Milligan-Morgan ( a ferida da cirurgia fica aberta e cicatriza-se espontaneamente) e a fechada de Ferguson, quando as feridas são suturadas no fim do procedimento.
  4. Hemorroidopexia e mucopexia - Essas técnicas recolocam os mamilos hemorroidários nos locais de origem, podem ser feitas com grampos, sonda doppler, laser ou um anuscópio rotatório.



Para saber mais

A nova técnica que chega ao Brasil foi criada pelo cirurgião italiano Francesco Sias, da Clínica Villa Santa Rita, de Cagliari, na região da Sardenha, na Itália. Até hoje, mais de 3 mil italianos e pacientes da Espanha já se submeteram ao método, com resultados satisfatórios. O tratamento está disponível em toda a Europa desde 2003. A médica Yaima Guerrero, especialista em cirurgia colorretal do Hospital Municipal de Badalona, em Barcelona, na Espanha, e uma das pioneiras no procedimento, esteve recentemente no Brasil para divulgá-lo. Segundo ela, trata-se de uma técnica que promete tratamento rápido, com pouca dor e baixo custo.


Fonte: por Vanessa Jacinto/Saúde/CB


2 comentários:

  1. No meu caso, eu consegui curar meus problemas de hemorróidas internas mudando 3 hábitos:
    Comecei a comer 2 nozes e 1 castanha do pará todos os dias ao acordar, pois elas contém fibras, para não deixar o intestino parar de funcionar por alguns dias. Também estou bebendo mais ou menos 3 litros de água por dia para ajudar a não ressecar as fezes. E o principal, descobri um acessório chamado banquinho de cócoras no site http://www.banquinhodecocoras.com.br e adquiri um para testar. O resultado foi tão imediato que nem acreditei que finalmente tinha encontrado a cura das minhas hemorróidas mudando a forma de sentar no vaso. Eu estava tão chateado e envergonhado, que não conseguia falar para ninguém sobre meu problema, nem ir ao médico. Realmente esses 3 passos foram um milagre pra mim. Nunca mais parei de seguir esses 3 passos e nunca mais tive problemas. Espero ter ajudado pois esse é um assunto muito complicado de se falar com outras pessoas. Muitas vezes é motivo de piadas.

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  2. Recomendo a leitura deste artigo sobre hemorroidas https://www.naturalthrone.com/blog/artigo/como-tratar-hemorroidas-causas-e-sintomas espero ter ajudado

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