segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Quando a morte significa vida





A morte é, ao mesmo tempo, tristeza e alegria, depende do ponto de vista. Quem perde um ente querido e, em meio ao luto, decide pela doação dos órgãos, reacende a esperança de muitas pessoas que esperam em filas de transplantes, lutando contra o tempo por um órgão que pode lhe dar vida novamente. Mas, de que adianta estar na fila se a cidade em que ela está não possui a estrutura e profissionais necessários para fazer a cirurgia?

O Distrito Federal estava em uma fase que não permitia dar esperanças a quem necessitava de um órgão, simplesmente, porque a saúde pública não prestava um serviço adequado para a população. Tudo mudou do ano passado pra cá. O DF agora, é o quarto maior centro transplantador do país. Isto melhorou, de modo significativo, a vida dos moradores da capital e dos estados vizinhos que, agora, tem Brasília como referência superior a média nacional. Mas o que mudou para que Brasília fosse referência em transplante? Tudo está ligado a alta taxa de doadores em relação à população. O DF tem 19,5 doadores a cada milhão de habitantes, índice 50% superior a média nacional, de quase 13. Outra coisa que fez turbinar os transplante em Brasília foi uma campanha da AMIB - Associação de Medicina Intensiva do Brasil - em incentivar os médicos intensivistas a fazerem a notificação de potenciais doadores dentro dos centros de terapia.

Além disso, a ampliação de investimento na rede pública e parcerias com o Corpo de Bombeiros e a Força Aérea fizeram com que equipes pudessem buscar órgãos em outros estados. Hoje, o DF zerou a fila de espera para transplante de coração, tanto que em setembro não aproveitamos um coração captado aqui por falta de pacientes. O mesmo não acontece com a fila de quem precisa fazer transplante de rim. Apesar do número de 62 transplantes realizados até o dia 28 de setembro ser um número recorde, ainda tinha 177 pessoas que aguardavam chegar a sua hora de colocar a vida no rumo certo de novo. O HUB- Hospital Universitário de Brasília, hoje, é referência em transplante de rins e córneas. Só neste ano 109 pessoas receberam córneas e voltaram a enxergar novamente. O HUB passará por reformas para aumentar a ala de transplante. Em apenas 8 anos o contexto do transplante no Distrito Federal mudou drasticamente, com destaque para o rim, córnea, e mais recentemente, coração. As pessoas que precisam de um gesto de doação, no momento de dor por perder a pessoa querida, agradecem.

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