quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cárie. Um problema mundial. Mas tem solução simples





Desde pequeno ouvimos dizer que escovar os dentes é a melhor maneira para se evitar cárie. Mas talvez só isso não seja suficiente. Devemos evitar doce, escovar os dentes e usar o fio dental após as refeições, pelo menos três vezes por dia. Mas apesar de ser uma regra básica, muitos não seguem à risca estes cuidados com a saúde de nossa boca. Dados mais recentes do Ministério da saúde informam que cerca de 88% da população brasileira tem cárie. Já é considerado um problema de saúde pública. No mundo, essa estimativa é de 80% - algo em torno de 5 bilhões de pessoas. Assustador, não?

Mas parece que há uma luz no fim do túnel. De 2003 a 2010, a proporção de menores de 12 anos livres das cáries aumentou de 31%  para 44%, ou seja: quase 1,6 milhões deles deixaram de sofrer com o problema. Mas temos um longo caminho a percorrer. As famílias mais carentes sofrem mais com o problema da cárie. Segundo uma pesquisa de 2010, do Ministério da Saúde, apontou que os maiores índice da doença estão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Isto acontece por falta de informação e também por falta de condições para comprar pasta e escova de dente para toda a família. Muita gente nem sabe, mas a cárie é considerada uma doença cônica e infecciosa, de origem bacteriana, que provoca a desmineralização do dente. É uma doença multifatorial. Pode ser causada por fatores genéticos ou comportamentais, como o consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos ou açúcar.



Não custa nada lembrarmos de como a cárie é formada:
  1. Quando o alimento é consumido, os açúcares transformam-se em ácidos. O processo tem início quando os resíduos alimentares e as bactérias presentes na boca interagem na superfície.
  2. A placa bacteriana presente nos dentes, começa a se acumular. Quando não é removida, ocorre a liberação de ácidos láticos, que destróem o esmalte, a dentina e, em casos mais graves, pode levar à perda do dente.
  3. O aumento dos ácidos na boca faz com que o pH diminua. Isso causa a perda gradativa da estrutura mineral na superfície do dente.
  4. A desmineralização dos tecidos dentários provoca lesões, que começam com manchas esbranquiçadas.
  5. Sem o tratamento adequado, essas manchas tornam-se cavidades.
  6. Bactérias passam a se infiltrar nessas cavidades. O açúcar consumido serve como alimento para elas, que liberam mais ácido e fazem com que aumente ainda mais a destruição do tecido dentário. O processo pode provocar dor.
  7. A deteriorização, se não tratada, pode chegar até a porção interna do dente. Conhecida como polpa dentária, a região é formada por vasos sanguíneos, nervos e células.
  8. Se o problema se agrava, pode ocorrer a morte da polpa, quadro que será resolvido  com um procedimento endodôntico(tratamento de canal).
Como prevenir o aparecimento da cárie?
    • Aplicação de flúor, seguindo recomendação do dentista.
    • Escovação diária adequada, de preferência, com creme dental acrescido de flúor acima de 1.000 ppm.
    • Uso regular do fio dental.
    • Alimentação com menor quantidade de açúcar e de carboidrato.
    Quanto a aplicação do flúor uma explicação se faz necessária: somente o dentista vai avaliar se a pessoa precisa ou não usar. Antigamente, indicava-se para todo mundo, mas hoje se sabe que nem sempre é necessário. Só é recomendado para quem já está com cárie. Quem não tem o problema não precisa. O flúor presente na pasta de dente e na água de abastecimento já é suficiente. Ele diminui a perda de minerais do dente, decorrente dos ácidos. De uma certa forma, ele protege o dente desse ataque. Não totalmente, mas diminui a velocidade da doença.

    A cárie não é uma doença transmissível. Isso é um conceito ultrapassado. Na verdade, a cárie é provocada por bactérias, que comumente vivem na boca de quase todas as pessoas. O que faz com que essas bactérias se proliferem é um desequilíbrio na microflora oral. Quando o indivíduo come muito doce e não escova os dentes de forma adequada, essas bactérias ganharão a competição com outras bactérias da boca e vão crescer mais do que as outras. Consequentemente, elas produzirão mais ácido e a pessoa será mais suscetível à cárie. Para restabelecer o equilíbrio, a pessoa deve escovar melhor os dentes, com pasta de dente com flúor e comer doce em menor frequência. Transmitir ou não essas bactérias não fará diferença em ter, ou não, a cárie.

    Uma outra coisa que está mudando é aquele temido motorzinho. Os dentistas tem usados métodos menos traumáticos, como o tratamento restaurador atraumático(ART, da sigla em inglês). Não é tanto usado como antigamente, até porque, nem todas as lesões precisam de tratamento. Quando há a real necessidade de intervenção, usam-se instrumentos manuais, como a cureta, que não faz barulho nem aquece. É um instrumento parecido com colheres, que entra na cárie e remove aquele tecido afetado. Os dentistas, atualmente, estão deixando um pouco do tecido afetado pela cárie, porque se sabe que, quando coloca a resina por cima, aquele tecido vai endurecer e a cárie não vai progredir.

    A dor de dente está entre as 10 dores mais forte existentes no mundo todo. A solução é simples: Escovar os dentes e usar o fio dental, além de visitar periodicamente o dentista, são meios de evitar esse tipo de dor. Fique esperto(a) e faça a coisa certa. Deixe a preguiça de lado e cuide-se de você mesmo.

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